«Mas em “Antítese do Repouso” os problemas visam uma realidade mais concretamente situada. A referência à guerra é aqui evidente no homem estendido como quem repousa, mas que segura uma granada na mão. Perto dele, uma serpente com a cauda truncada. O braço esquerdo do homem parece enlaçar um touro, o qual tem as patas traseiras no mar. Referência a uma realidade ibérica? Toda a simbologia das figuras ganha neste quadro uma dimensão acentuadamente dramática: a mensagem traduz-se numa cifra para a qual não é fácil obter chave. No primeiro plano, uma figura feminina ergue o busto e um braço, num gesto que pode ser de angústia, a cabeça levantada para o alto, mas que pode significar, também, na intensidade do gesto e no verde do seu vestido, o sinal de uma esperança que não morre.»

(BRONZE, 1969, pp. 3; 6)