E, de facto, a tela “Festa”

«E, de facto, a tela “Festa”, com um carneirinho branco e dois meninos rechonchudos à laia de Cupidinhos, parece representar já uma fase ultrapassada na obra de António Dacosta, pois se pode quase aceitar como um motivo decorativo, sem nada de misterioso ou perturbante. Nas suas novas obras, como “Cena com um pêndulo”, vinca-se o pendor do artista para as formas toscas e duras, para uma fealdade de pesadelo, que parece ser o seu ideal plástico, ou para um melodrama, também de pesadelo, com feras à solta a levantar o gadanho para meninos nús, de carne rósea. Este vir à tona de imagens calamitosas, do subconsciente, sem qualquer intenção inteligível, devia levar necessariamente à pintura abstracta, a que Dacosta parece ter aderido, a fazer fé pelo seu quadro “Cuidado com os filhos”, de puro linearismo e de arbitrário colorido.»

(PAMPLONA, 1952, p. 3)


Bibliografia


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