Somos o que vemos, o que pensamos, o que lemos e o que ouvimos.

O Jazz em Agosto ao longo destas quatro décadas tem sido o resultado da soma de todos os músicos que nos têm visitado, dos seus projetos, das suas propostas, das suas mensagens, da sua criatividade.

A 40.ª edição não será uma edição comemorativa, é mais uma parte que se vai juntar ao todo, reunindo no espaço do festival as escolhas musicais que consideramos ser as mais marcantes e desafiadoras no jazz e na música criativa menos acomodada do tempo presente.

A soma de todas estas partes é o nosso legado, o nosso Manifesto, em que o passo seguinte procurará ser sempre mais disruptivo que o anterior ou simplesmente diferente, só possível pela procura constante destes músicos excecionais.

Desde o papel de Mahalia Jackson como ativista dos direitos civis, aqui recordada pelo quinteto de James Brandon Lewis, passando pela celebração da Sagração da Primavera de Stravinsky, em versão para dois pianos por Sylvie Courvoisier e Cory Smythe, pela evocação do movimento Fluxus no projeto de Darius Jones , pela criação de um manifesto para o movimento Beatnik por Dieb 13 ou através da reinvenção da Fire! Orchestra de Mats Gustafsson, são várias as interseções do passado com o presente neste Jazz em Agosto.

Tal como nós, estes músicos sabem que devemos conhecer bem o passado, filtrar o que de melhor nos deixou e rejeitar o facilitismo e o supérfluo, só assim conseguiremos avançar para um futuro mais ambicioso.

De 1 a 11 de agosto, com 17 concertos distribuídos pelo Anfiteatro ao Ar Livre, Grande Auditório e Auditório 2, dando palco a grandes e a pequenas formações, guiados sempre pelo prazer da descoberta, aqui estaremos. Com um indisfarçável orgulho no passado, mas com o Jazz em Agosto a convidar para uma festa que se celebra no presente.