Desde a década de 1940 que António Dacosta manteve fortes ligações de amizade com o Visconde e com a Viscondessa de Meirelles – para quem conceberia a capa, a partir de uma colagem [ADD460] para a edição de um conto pela Viscondessa: Maria L. Manoel de Meirelles, Contos da Avó Pequim, 1979 –, com extensão de amizade à respetiva família. Em 1948, Dacosta casava-se na Notre Dame de Paris com Maria Carlota Ana Francisca de Meirelles do Canto e Castro, tendo a própria Viscondessa como madrinha. Apesar do casamento terminar pouco depois, em 1952, António Dacosta manteve sempre boa amizade com a família.
Foi no âmbito de passagens de António Dacosta por Lisboa, e possivelmente ainda num ou noutro encontro em Paris, que o pintor foi fazendo, sobretudo na década de 1960, alguns retratos conhecidos da família Meirelles. No modo como articulam espontaneidade e intimismo, estas obras apresentam afinidades na atitude artística, na técnica e na dimensão, com outros retratos da década de familiares e amigos concebidos na mesma década (a partir de 1964) ou dos Retratos de Miriam [ADD85] e do filho Carlos [ADD88; ADD502].
A Viscondessa de Meirelles apoiaria Rui Mário Gonçalves na procura de algumas obras para a antologia de Dacosta, que o crítico organizaria em 1969 na galeria Buchholz, tendo ficado registado fotograficamente o reencontro na inauguração da exposição.