«O lugar evocado, que recorre à memória e à saudade, deixa-nos umas das marcas do es­pírito de Dacosta — é o lugar que sustenta o devir das coisas; ou seja, é o espaço que sustenta o tempo. […]

A fonte carrega a sua tradicional vocação de elemento de origem, seja en­raizamento, seja fundação. Na sua derivação semântica, a fonte é origem, causa, procedência — no caso, origem de uma espécie de afeto mnemónico, entrando na matriz de várias séries de Dacosta que são convocações de lugares: Fontes de Sintra, Ilha, Memória, Évora, etc.

Nesta pintura, o elemento líquido ainda não sofreu a definitiva esquema­tização de depuração sígnica que iria atravessar a série, como signo que a passará a identificar e citar [como um brasão], fazendo deste quadro um momento ini­cial da série.»

(DIAS, 2016, p. 218)