«Entre o orgânico e o geométrico, Cuidado com os Filhos efetua uma articu­lação entre a abstração gestual expressionista e a geométrica […]. A obra tem um movimento expansivo de estruturas curvilíneas, como formas elípticas torcidas e entrelaçadas, que permitem alguma propagação da gestualidade. […] De facto, o título Cuidado com os Filhos tem bizarra adequação a uma pintura abstrata. Ele pode jus­tificar as máscaras insinuadas, como olhos que nos espreitam. Mas fica uma espécie de ironia sobre a abs­tração, como se perante o olhar ela fosse algo impossível, como se hou­vesse sempre algo para ver, como se existisse sempre uma insinuação do aparecer sobre o fazer.»

(DIAS, 2016, p. 152)