Itinerarivm Portugallensium

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É fora de dúvida que a Itália foi o país que mais se interessou pelos Descobrimentos Portugueses, interesse que remonta à primeira metade do século XV; foi aí também que tiveram uma maior divulgação, tanto pela imprensa como oralmente. Interesse e divulgação que se explicam por várias razões: o nível cultural da Itália, a presença de religiosos portugueses nos Concílios, a estada de numerosos estudantes em várias Universidades, a fixação em Portugal de importantes mercadores florentinos, cremonenses, genoveses e outros, a permanência aqui […] de marinheiros e feitores que fizeram a «carreira da Índia» e de emissários e embaixadores, as preocupações de Veneza quanto ao tráfego comercial pela nova rota do Cabo da Boa Esperança, e, enfim, as relações diplomáticas entre Portugal e a Santa Sé.

É significativo que os primeiros opúsculos sobre a Expansão Portuguesa tenham sido impressos em Itália e não em Portugal ou qualquer outro país.

Além das informações orais de origens diversas, a Itália foi desde cedo posta ao corrente dos descobrimentos e conquistas através de opúsculos aí impressos, cuja publicação partiu dela própria e da Santa Sé, pois não está provado que Portugal tenha desempenhado qualquer papel neste sentido, se exceptuarmos a carta que em 1506 D. Manuel I dirigiu ao papa Júlio II.

Assim se pode compreender o aparecimento em 1507 de Paesi Nouamente retrouati e da sua tradução em latim no ano seguinte, sob o título ltinerariü Portugallesiü, uma coletânea de documentos.

Esta última não teve o sucesso que foi reservado a Paesi. Publicada em Milão, em 1508, só quase um quarto de século depois apareceu reeditado: em 1532, em Basileia, e em Paris; seria novamente reimpresso em Basileia em 1537 e 1555. A tradução alemã data de 1534, em Estrasburgo, e a flamenga de 1563, em Antuérpia. Coletânea que, nos seus oitenta e oito fólios, reunia documentação de incontestável importância: destacam-se as relações das viagens de Alvise Cada Mosto (a relação mais longa de todas), Pedro de Sintra, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Amerigo Vespucci, bem como de Colombo e Pinzón.

(Do estudo introdutório de Luís de Matos)


Ficha técnica

Outras Responsabilidades:

Estudo Introdutório por Luís de Matos;
Edição fac-similada da edição princeps (Milão, 1508)

Idioma:
Português
Coordenação editorial:
Fundação Calouste Gulbenkian
Editado:
Lisboa, 1992
Páginas:
197
Atualização em 24 junho 2021

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