Octeto de Mendelssohn

Solistas da Orquestra Gulbenkian

Francisco Lima Santos Violino
Anna Paliwoda Violino
Alexandra Mendes Violino
Cecília Branco Violino
Lu Zheng Viola
Leonor Fleming Viola
Marco Pereira Violoncelo
Martin Henneken Violoncelo

Felix Mendelssohn (1809 1847)
Octeto para Cordas, em Mi bemol maior, op. 20
– Allegro moderato ma con fuoco
– Andante
– Scherzo: Allegro leggierissimo
– Presto

Composição: 1825
Estreia: Leipzig, 30 de janeiro e 1836

Foi com grande precocidade que Felix Mendelssohn começou a compor obras musicais de notável maturidade artística. Recebeu uma sólida formação musical das mãos do eminente professor berlinense Carl Zelter, evoluindo rapidamente no sentido dos estímulos da estética romântica. Excelente pianista, violinista e organista, escreveu com igual desenvoltura e qualidade obras-primas para estes instrumentos. Não obstante o conjunto de obras de música de câmara atinja um número relativamente reduzido no âmbito da produção musical de Mendelssohn, na sua juventude o compositor considerou-as essenciais ao desenvolvimento da sua escrita. Assim, lançou-se em tarefas de grande envergadura neste domínio, como o Sexteto em Ré maior, op. 110 (1824), ou o Octeto de Cordas, em Mi bemol maior, op. 20, este último escrito aos 16 anos de idade e dedicado ao violinista Eduard Rietz, um dos melhores amigos do círculo da família de Mendelssohn. Concluído em outubro de 1825, o Octeto op. 20 foi dedicado a Eduard Rietz e terá sido tocado pouco tempo depois num dos concertos que se faziam na residência dos Mendelssohn, em Berlim. A estreia pública teve lugar em janeiro de 1836, no Gewandhaus de Leipzig.

Nesta obra não estamos perante a escrita para dois quartetos de cordas, mas sim diante de uma composição elaborada a pensar num todo instrumental, composto por quatro violinos, duas violas e dois violoncelos, uma conceção inovadora na época. A escrita é a oito vozes e o propósito é o de emular o estilo orquestral sinfónico, sendo uma obra de grande perfeição. A fluência discursiva, o lirismo e uma certa leveza fundamental, que não exclui passagens melancólicas e acentos um pouco mais vigorosos, são alguns dos aspectos salientes nesta obra dividida em quatro andamentos. O primeiro andamento repousa sobre uma forma-sonata, apresentando dois temas principais, cuja elegância de recorte e fogosidade de caráter não são travados por uma certa ambiência melancólica que aqui e além se insinua. Esta atmosfera encontra-se mais vincada no andamento seguinte (Andante), calidamente melodioso. O estranho Scherzo que se segue parece conduzir-nos ao mundo dos espíritos e à “Noite de Walpurgis” do Fausto de Goethe, através dos seus abundantes trémulos e trilos. O Presto final é um magnífico exercício de escrita polifónica, onde passagens homófonas e amplas elaborações contrapontísticas se alternam, encadeiam e entrelaçam com coloridos efeitos instrumentais.

Miguel Martins Ribeiro

Atualização em 18 fevereiro 2021

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