Ao longo de dois dias, 24 e 25 de novembro, quatro concertos atestam esta mesma cumplicidade, juntando uma série de obras de compositores de origem ou de inspiração ibérica, assim como peças que documentam e são consequência dos trajetos de músicos que construíram a sua carreira passando para o outro lado da fronteira – é o que nos é proposto ouvir em “Meandros Musicais do Tejo”, com Ana Quintans e Carlos Mena, ou no criterioso programa preparado pelo maestro Pedro Teixeira para o Coro Gulbenkian.
Sem precisar de separar fisicamente o território ibérico da restante Europa, “Ibéria – Música entre Portugal e Espanha”, em colaboração com a Fundación Juan March / curadoria de Miguel Ángel Marín, convida ao reconhecimento da música criada num outro país, com uma identidade tão próxima que, em muitos casos, se confunde com o espaço do outro. Com Pierre Hantaï, o Cuarteto Quiroga e Jonathan Brown, membro do Cuarteto Casals, afirma-se também esse cuidado fundamental na defesa de um património musical que importa manter vivo, como forma de aproximar os povos ibéricos do seu precioso legado.