Temporada 18/19
A temporada Gulbenkian Música é construída sobre dois pilares centrais: a Orquestra e o Coro Gulbenkian. Ambos os agrupamentos desenvolveram, ao longo de mais de meio século, atividades ao mais alto nível. Nos últimos anos, diversificaram os seus projetos, realizando regularmente digressões nacionais e internacionais e levando a música às escolas e a outros espaços onde é menos comum escutá-la.
Agrupamentos Residentes
A qualidade e a atratividade dos nossos agrupamentos são postos à prova todas as semanas. Em torno da Orquestra e do Coro Gulbenkian, a nossa temporada inclui referências internacionais com as quais o seu desempenho é frequentemente comparado. O facto de, na temporada passada, praticamente todos os seus concertos terem ficado esgotados é um sinal da relevância da sua ação.
A música é um fator unificador na sociedade. Em momentos chave das nossas vidas percebemos que pode expressar ideias e sentimentos que não conseguimos traduzir por palavras. Um acontecimento histórico como a queda do Muro de Berlim, símbolo de uma Europa dividida, permanecerá nas nossas memórias associado à imagem de Mstislav Rostropovitch a tocar Bach no seu violoncelo ao lado do muro derrubado. Naquele momento a música transmitiu uma mensagem de liberdade e tolerância. Uma mensagem que pode ser compreendida por todos nós.
O poder da Música emana da sua universalidade. Pode entreter, pode desafiar e pode-nos juntar. É por isso que é importante integrar a música nas nossas vidas. E é especialmente importante no mundo fragmentado que vemos à nossa volta e que é tão difícil de compreender. A nossa temporada reflete essa crença no poder da música como um motor que impulsiona o movimento e a mudança.
Equipa de Maestros
A Orquestra Gulbenkian iniciará a temporada com uma nova equipa de maestros, liderada por Lorenzo Viotti, o seu novo Maestro Titular. Esta equipa assegurará a qualidade e a diversidade das nossas propostas. Uma das melhores características da orquestra é a sua capacidade para tocar música de diferentes períodos de uma forma convincente, seja a música barroca historicamente fundamentada, sejam as novas obras dos compositores contemporâneos. O alcance musical dos nossos maestros residentes permitirá à orquestra dar o seu melhor em todos os repertórios.
O maestro franco-suíço Lorenzo Viotti encontrou já o seu público nos concertos que dirigiu no Grande Auditório. Continuará a cativar, a desafiar e a surpreender os ouvintes através da sua direção inspirada. Apaixonado pela ópera, Lorenzo Viotti dirigirá, em cada temporada, uma nova produção no Grande Auditório. Convidará também o público para diferentes espaços onde poderemos ouvir música de forma diferente, tal como, em junho, o Requiem de Mozart no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Belém. Fervoroso comunicador, partilhará também o seu entusiasmo musical com os ouvintes antes dos concertos.
Giancarlo Guerrero, natural da Costa Rica mas residente nos Estados Unidos da América há vários anos, é um maestro experiente que encanta músicos e públicos da mesma forma. Sucede a Susanna Mälkki como o novo Maestro Convidado Principal. Para além do repertório clássico, alargará as nossas experiências musicais e colocará ao nosso alcance a música latina e contemporânea.
Nuno Coelho, maestro português vencedor do Concurso Internacional de Direção da Orquestra de Cadaqués em dezembro de 2017, é o novo Maestro Convidado. Formou-se como violinista e como maestro e iniciou já uma carreira internacional. Para além de poderem ver e ouvir a direção criativa de Nuno Coelho em diferentes tipos de música, em janeiro de 2019 o jovem maestro liderará o nosso Concerto de Ano Novo, dando início a uma nova tradição nos primeiros dias do ano.
Leonardo García Alarcón, maestro nascido na Argentina, é já bem conhecido do público da Gulbenkian, que tem tido a oportunidade de assistir às suas enérgicas interpretações dos repertórios barroco e clássico. Será o Maestro Associado, dirigindo regularmente a Orquestra e o Coro Gulbenkian. Ocasionalmente também nos visitará com seu agrupamento Cappella Mediterranea.
Congratulamo-nos também com a continuação de Joana Carneiro como Diretora Artística do Estágio Gulbenkian para Orquestra (EGO), o nosso projeto orquestral juvenil que junta talentosos músicos portugueses na fase final dos seus estudos e no início das suas carreiras profissionais. Joana Carneiro dará também continuidade à sua colaboração com a Orquestra Gulbenkian em vários projetos.
O Coro Gulbenkian continuará a ser dirigido pelas mãos firmes de Michel Corboz, Maestro Titular, e de Jorge Matta, Maestro Adjunto. O coro, tal como a orquestra, é modulável e percorre diferentes períodos e estilos musicais. Por diversas vezes juntará as suas forças às da orquestra, atuando também a cappella em diferentes palcos em Lisboa e no país.
Temáticas
Prosseguindo o caminho inaugurado na temporada 17/18, a Gulbenkian Música continuará a misturar estilos musicais e tradições em três temáticas diferentes. Em setembro comtemplamos Música no Tempo, de Bach a Boulez.
Em novembro apresentamos, em colaboração com a Fundación Juan March (Madrid), a temática Ibéria, uma visão panorâmica das antigas ligações entre a música portuguesa e a música espanhola, incluindo várias composições recentemente redescobertas. Uma viagem na nossa memória coletiva.
A terceira temática, Música no Feminino, dá o palco às artistas, por vezes ainda muito negligenciadas na programação dos nossos dias. Uma imagem criativa poderosa de mulheres originárias de diferentes culturas e com diferentes experiências numa série de concertos no final de janeiro.
Por fim, não esquecemos os populares ciclos de recitais de piano, de transmissões MET Opera, de Grandes Intérpretes e de outros artistas que nos visitam. Explorando a programação da temporada 18/19 poderão encontrar todas as nossas propostas. Esperamos que partilhem a nossa paixão pela Música, desejando que todos sejam calorosamente bem-vindos à Gulbenkian Música!
Risto Nieminen - Diretor do Serviço de Música

Coro e Orquestra Gulbenkian
No centro de cada Temporada da Gulbenkian Música encontram-se os concertos dos seus dois agrupamentos residentes: o Coro e a Orquestra Gulbenkian. Em função destas duas formações históricas da música portuguesa e europeia, é desenhada, em cada temporada, uma importante parte da programação, a qual conta com a colaboração de maestros e solistas de grande prestígio internacional.

Concertos de Domingo
A ligação à música deve começar cedo e os Concertos de Domingo, comentados em ambiente descontraído e pensados para serem fruídos em família, fazem um convite claro a uma descoberta das obras, dos compositores e dos intérpretes. Em cada sessão, as interpretações são acompanhadas por explicações que ajudam a contextualizar, a descodificar e a criar uma relação com os sons.

Piano
Num mundo cada vez mais sobrecarregado de estímulos, pouco haverá de tão elementar e memorável quanto assistir a um pianista de primeira grandeza, sozinho em palco, entregue a um instrumento de recursos quase ilimitados. Murray Perahia, Grigory Sokolov, Arcadi Volodos e Piotr Anderszewski continuarão a confirmar-nos o porquê de o Ciclo de Piano merecer sempre a total confiança do público.

Grandes Intérpretes
Não basta beneficiar das maiores obras do repertório mundial se elas não forem servidas pelos mais inspirados intérpretes. O ciclo Grandes Intérpretes traz todos os anos à Gulbenkian Música esses nomes de exceção, capazes de oferecer um novo fôlego a qualquer peça jamais criada. Gustavo Dudamel e Martha Argerich são exemplos desse toque iluminado, num ano marcado pela residência da Mahler Chamber.

Música no Tempo: De Bach a Boulez
Este período temático leva-nos a explorar um enorme arco temporal, desde o Renascimento e do período Barroco até às linguagens artísticas contemporâneas, através das interpretações de um agrupamentos especializado em música antiga, como o Hespèrion XXI e de um especialistas na obra de Boulez, como é o caso do violinista Michael Barenboim, que integra o Jerusalem Chamber Music Festival Ensemble.

Ibéria: Música entre Portugal e Espanha
Ao longo de dois dias, quatro concertos juntam uma série de obras de origem ou de inspiração ibérica, assim como peças que documentam os trajetos de músicos que construíram a sua carreira passando para o outro lado da fronteira – é o que nos é proposto ouvir em “Meandros Musicais do Tejo”, com Ana Quintans e Carlos Mena, ou no programa preparado por Pedro Teixeira para o Coro Gulbenkian.

Música no Feminino
Este núcleo temático dedicado ao papel das mulheres na música, trará atuações da maliana Rokia Traoré, das irmãs iranianas Mahsa e Marjan Vahdat e da fadista Aldina Duarte, um concerto da Orquestra Gulbenkian com a violinista Carolin Widmann, dirigido pela maestrina Tianyi Lu, e duas atuações da pianista Joana Gama.

Solistas da Orquestra Gulbenkian
A Orquestra Gulbenkian é formada por instrumentistas profissionais de grande qualidade técnica e artística. Ao longo da temporada, estes apresentam-se também em contexto de música de câmara, em recitais de entrada livre, saindo assim do anonimato intrínseco à sua presença no seio da orquestra. Ao mesmo tempo que assumem uma maior visibilidade, contribuem de forma relevante para uma melhor apreciação e valorização da música de câmara no seu conjunto, desde o repertório corrente do género até à estreia de novas obras.

Portas Abertas - Rising Stars
ECHO - European Concert Hall Organisation é uma rede europeia que reúne algumas das mais prestigiadas salas de concertos. Entre as instituições envolvidas são selecionados anualmente jovens músicos de excecional talento, que recebem formação na gestão dos seus percursos artísticos. Este ciclo é enquadrado no evento Portas Abertas, uma iniciativa que, ao longo de um dia intenso, convida o público a disfrutar de uma atmosfera musical festiva em ambiente informal.

Met Opera Live in HD
Em poucos anos, as premiadas transmissões da Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, diretamente para o Grande Auditório tornaram-se um acontecimento imprescindível a cada nova temporada. Exibida com as mais elevadas condições técnicas, o Met Opera Live in HD coloca-nos diante das mais extraordinárias produções de ópera atuais – de Verdi, Puccini e Donizetti a Massenet e Adès.

Jazz em Agosto
Pela primeira vez na sua história, toda a programação do Jazz em Agosto organiza-se um torno de um só músico. E dificilmente a escolha poderia recair sobre um nome mais marcante – quer para a história do festival quer para o percurso fundamental da música que pudemos escutar nas últimas décadas.

Guias de Audição
Os Guias de Audição pretendem dar ao público uma informação complementar acerca dos repertórios a apresentar nos concertos da Orquestra Gulbenkian. Estas intervenções permitem uma ampliação do conhecimento sobre as obras e os compositores, através de comentários e da audição de excertos musicais.