A estadia de Ângelo de Sousa em Londres, durante 1967-1968, onde a presença da arte minimal se fizera sentir nestes mesmos anos, coincide com a época em que o artista abandona a pintura, que virá a retomar a partir de 1972. Esta interrupção na produção pictórica significou um abandono da pintura de referente naturalista e a adoção de uma outra conceção da realidade, a par da cena artística internacional. Ou seja, as alusões à figura que anteriormente se destacavam nos seus trabalhos desaparecem, afirmando a década de 70 uma ruptura na obra de Ângelo de Sousa.
Nesta pintura, precisamente de 1974-1975, surge uma ténue linha que desenha uma porta delimitando levemente a superfície pictórica, que através da sobreposição intensa de camadas causa um efeito luminoso, de profundidade e volumetria. O resultado conseguido através da pincelada em desiguais direções, num gesto conjunto entre o movimento rápido e a precisão, é construído através de nuances cromáticas, levando o artista a definir que a sua pintura é «o máximo de efeito com o mínimo de recursos», ou seja, a máxima expressão sem expressionismos.
A produção de séries e variações nas séries é constante na obra de Ângelo, e o mesmo acontece com a produção de pinturas totalmente preenchidas, com sobreposição de camadas cromáticas, numa superfície lisa e plana onde surgem linhas geométricas, que variam de pintura para pintura, ora se cruzando, ora demarcando levemente o espaço pictórico.
Patrícia Rosas
Junho de 2012
Tipo
Valor
Unidades
Parte
Altura
169,5
cm
Largura
199
cm
Tipo
data
Texto
1974/75
Posição
verso, quadrante superior esquerdo
Tipo
assinatura
Texto
Ângelo de Sousa
Posição
verso, quadrante superior esquerdo
Tipo
data
Texto
74
Posição
3.º trave vertical
Tipo
técnicas
Texto
preparação de cola e acetato de polivinilo tintas acrílicas Talens
Posição
verso, quadrante superior direito
Tipo
materiais
Texto
tela
Posição
verso, quadrante superior direito
Tipo
medidas
Texto
200 x 170
Posição
2.ª trave vertical
Tipo
Doação
Data
Fevereiro 1985
Arte Contemporáneo Portugués
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna, 1987
Catálogo de exposição
Tipo
Etiqueta autocolante
Texto
Fundação Calosute Gulbenkian Exposição: C8 n.º 52
Posição
3.º trave vertical
Tipo
Etiqueta autocolante
Posição
trave central horizontal
Notas
2 etiquetas de inventário do CAM
Arte Contemporáneo Portugués
Fundação Calouste Gulbenkian
Curadoria: CAM/FCG
Fevereiro de 1987 a Março de 1987 Madrid, Museo Espanõl de Arte Contemporáneo
Exposição organizada pelo CAM e pelos ministérios dos "Asuntos Exteriores" e da Cultura de Espanha. A exposição apresentou obras da Colecção do Centro de Arte Moderna e de colecções particulares.