• Inglaterra, c. 1810
  • Óleo sobre tela
  • Inv. 260

Naufrágio de um Cargueiro

Joseph Mallord William Turner

Esta obra faz parte de uma série de pinturas de grandes dimensões, executada por Turner na primeira década de Oitocentos, dedicada à representação de catástrofes naturais e tempestades no mar, iniciada em 1801, com The Bridgewater Seapiece (coleção particular, em depósito na National Gallery, Londres). A cena foi associada no passado ao naufrágio do navio Minotauro, ocorrido em dezembro de 1810, hipótese entretanto abandonada. Apresenta, entretanto, semelhanças evidentes com a pintura The Shipwreck [O Naufrágio] (Tate Britain, Londres), de 1805.

A construção do espaço, deliberadamente assimétrico e caótico, desenvolve-se a partir de diagonais de mastros e remos quebrados, que se justapõem a curvas de redemoinhos de águas em turbilhão. O elemento humano, insignificante e perdido, encontra-se irremediavelmente submetido à voragem violenta das ondas.

A composição inscreve-se num universo de extrema sensibilidade face à natureza, dentro da melhor tradição inglesa de pintura do género, à qual o tema dos naufrágios, num país marítimo por excelência, foi especialmente grato. Turner não só absorve o legado da lição holandesa – de Willem van de Velde, o Jovem, em particular – como associa à sua expressão pictórica o peso do imaginário coletivo da época, vivido pelos seus contemporâneos de forma verdadeiramente emotiva e obsessiva.

Charles Pelham, 1.º conde de Yarborough; Condes de Yarborough (1846-1875); Charles Alfred Worsley Pelham, 4.º conde de Yarborough (1875-1920). Adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio de Arthur Ruck,  24 de julho de 1920.

A. 173 cm; L. 245 cm

Butlin e Joll 1984

Martin Butlin e Evelyn Joll, The Paintings of J. M. W. Turner, (edição revista). New Haven, Connecticut: Yale University, 1984, vol. I, pp. 128-129, n.º 210.

Sampaio 2009

Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 160-161, cat. 69.

Lisboa 2011

Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 173, cat. 152.

Atualização em 15 junho 2022

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