• Roma, 1818
  • Mármore branco
  • Inv. 2214

Herma da Vestal Tucia

Antonio Canova

Tanto pelo tema, como pela forma, esta escultura integra-se na corrente neoclássica, de que Canova foi introdutor no campo escultórico. A sua forma de hermes foi herdada da Antiguidade. Os hermes eram cabeças masculinas, assentes sobre plintos de mármore, que serviam de marcos miliários, destinados a marcar as distâncias ao longo dos caminhos. A partir do século XVII, esta forma passou a ser muito utilizada na estatuária de jardins. Mas Canova não se limitou a reutilizar uma forma antiga, acrescentando-lhe algo de novo: substituiu a convencional cabeça masculina por uma feminina, eliminou o plinto que servia de suporte e integrou a cabeça na base, envolvendo o conjunto com um manto delicadamente esculpido.

Tem-se hoje a certeza de que esta versão do hermes da Vestal Tucia é obra certa do escultor neoclássico Antonio Canova, graças aos arquivos existentes em Quantock Lodge, Bridgwater, propriedade que foi do grande colecionador de arte clássica Edward Arthur Vestey Stanley (Lord Taunton), a quem a Vestal Tucia pertenceu.

Informações recentes, transmitidas por David Worthy, investigador histórico da propriedade de Quantock Lodge, são esclarecedoras: «Vendida por ele [Canova] a Mr. Webb de Langham Place, em cuja venda o adquiri». Fica provado pois, após acesas discussões entre os especialistas da obra de Antonio Canova que esta é efetivamente a versão executada para Frederick Webb em 1818, a primeira de uma série de três atualmente conhecidas.

Coleção Frederick Webb, Londres, 1818; Coleção Edward Arthur Vestey Stanley (Lord Taunton), Quantock Lodge, Bridgewater, pelo menos desde 1857. Adquirida por Calouste Gulbenkian, por intermédio de Duveen, na venda da Herança de Lord Taunton, Sotheby's, Londres, 16 de julho de 1920 (lote 3).

A. 50 cm; L. 34 cm; Prof. 24,8 cm

Cicognara 1823

Leopoldo Cicognara, Biografia di Antonio Canova. Veneza: 1823.

Bassi 1957

Elena Bassi, La Gipsoteca di Possagno. Sculture e Dipinti di Antonio Canova. Veneza: Neri Pozza, 1957, n.º 267, 268, 271.

Hubert 1964

G. Hubert, La Sculpture dans l’Italie Napoléonienne. Paris: E. de Boccard, 1964.

Caramel e Pirovano 1975

G. Caramel e C. Pirovano, Galleria d’Arte Moderna. Opera dell’Ottocento. Milão: 1975, n-º 443.

Pivanello 1976

Giuseppe Pivanello, L’Opera Completa del Canova. Milão: Rizzoli editore, 1976, n.º 325.

J. Paul Getty Museum 1986

The J. Paul Getty Museum Journal, vol. 14, 1986, n.º 251, p. 263.

Veneza 1992

Antonio Canova. Exhibition Held at the Correr Museum, Venice and the Gipsoteca, Possagno, catálogo da exposição. Veneza: Museo Correr, 22 de março a 30 de setembro de 1992, p. 332, n.º 150.

Fogelman 1994

Peggy Fogelman, «"S’eri tu in vivo qual ti feo Canova". Canova’s Herm of a Vestal Virgin», The J. Paul Getty Museum Journal, vol. 22, 1994.

Figueiredo 1999

Maria Rosa Figueiredo, Catálogo de Escultura Europeia, vol. II. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1999, pp. 88-93.

Licht s. d.

Fred Licht, Canova. Milão: Ulrico Hoepli, s. d.

Atualização em 09 junho 2022

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