Palmeira-anã © Paula Côrte-Real

Palmeira-anã

Chamaerops humilis

Família e descrição

Da família Arecaceae, a palmeira-anã é um arbusto de folha persistente que, em condições ideais, pode atingir até 4 m de altura.

As folhas são verdes em forma de leque, cortadas em 20 segmentos estreitos e agudos, com um pecíolo largo e limbo rígido, de margem espinhosa-dentada. O tronco é coberto por fibras brancas acinzentadas que correspondem ao resto das folhas dos anos anteriores.

É uma espécie dioica – umas plantas produzem flores macho e outras plantas produzem flores fêmea. As flores são amareladas e nascem em panículas laterais densas. As flores masculinas apresentam estames com filamentos curtos. A floração ocorre entre março e maio. A polinização ocorre pela ação de um gorgulho (Derelomus chamaeropsis) e eventualmente pela ação do vento.

O fruto é uma baga de 12 a 13 mm, amarela, ficando acastanhada ao amadurecer, no final do verão.

Origem e habitat

Endemismo mediterrânico, é originária da costa mediterrânica ocidental, podendo ser encontrada em estado espontâneo em Portugal, Espanha, França, Itália, Marrocos, Tunísia. Surge espontaneamente em Portugal ao longo da costa algarvia, algumas zonas da região de Lisboa e Arrábida. Integra formações vegetais litorais de matos perenes com aroeiras e aderno-bastardo, sobre todo o tipo de solos. É a única espécie de palmeira nativa da Europa Continental.

Esta espécie é representativa das linhagens ancestrais do Pré-Plioceno paleotropical.

É uma das palmeiras mais resistentes que existem. Não tolera a geada mas resiste bem ao fogo, dando-se bem em solos pobres e rochosos. Devido à sua resistência e capacidade de rebentar depois de queimada possui um elevado valor ecológico na prevenção da erosão. É considerada uma das mais importantes espécies das formações de garrigues e machiais da costa mediterrânica.

Utilizações e curiosidades

A sua crescente raridade em estado selvagem é grandemente atribuída ao rápido declínio dos seus habitats, fruto do crescimento urbanístico e outras atividades humanas. É, no entanto, cultivada como ornamental em jardins em zonas de solos mais pobres, já que está perfeitamente adaptada ao clima mediterrânico, com invernos frescos e húmidos e verões secos e quentes.

Os frutos contêm ácido butírico, de odor desagradável. Não são comestíveis mas têm sido tradicionalmente usados em medicina como adstringente. As suas sementes são frequentemente ingeridas por carnívoros, o que beneficia o processo germinativo e a sua dispersão. Os gomos centrais do fruto têm sido tradicionalmente utilizados na alimentação na Andaluzia.

As fibras correspondentes aos restos das folhas são utilizadas no fabrico de esteiras, escovas e cordas.

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