Exposição individual do pintor belga Marcel Maeyer (1920-2018), resultante de uma parceria entre o Centro de Arte Contemporânea/Museu Nacional de Soares dos Reis e a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). A mostra, que reuniu um conjunto de 25 obras, foi inicialmente apresentada na cidade do Porto, inaugurada a 18 de março de 1978, sendo posteriormente apresentada em Lisboa, cerca de um mês depois, a partir de 12 de abril daquele ano.

O pintor apresenta recriações de imagens retiradas da realidade circundante através da ampliação exagerada da textura de pormenores por ele selecionados e minuciosamente trabalhados. As composições de Maeyer ultrapassam o realismo objetivo da figura, para captar a «essência da coisa que toma como assunto» (Oliveira, Expresso, 28 jun. 1978), num processo criador que se apropria do real para o reapresentar num diferente enquadramento singularmente subjetivo e intimista.

Desta forma, a realidade transportada para a tela supera a própria forma do real, criando-se na plasticidade formal do objeto algo de poético, onde o «aparentemente insignificante aparece para o artista como o essencial» (Ibid.).

Isabel Falcão, 2017