A representação portuguesa na «X Bienal de São Paulo» (1969), cuja coordenação foi assumida pelo arquiteto e crítico Mário de Oliveira, foi organizada e subsidiada, conjuntamente, pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT) e pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

Esta edição da Bienal ficou conhecida como a «Bienal do Boicote», por ter sido alvo de diversos atos de resistência à escala internacional. O boicote, que visava a ditadura militar instituída no Brasil em 1964, contou com a adesão de numerosos artistas, culminando com o cancelamento da participação de diversos países, o que teve repercussões políticas e na imprensa da época.

Em Portugal, a organização da representação portuguesa na Bienal também encontrou alguns obstáculos, quer no processo de constituição da Comissão de Seleção de Obras, quer na recusa do convite para integrar o Júri Internacional por parte do crítico José-Augusto França.

O comissariado da representação nacional, solicitado pela SEIT à FCG, foi assumido, com a aprovação do Conselho de Administração, pelo pintor Fernando de Azevedo (1923-2002), membro do Serviço de Belas-Artes, que também presidiu à montagem da exposição na cidade de São Paulo.

A representação portuguesa compreendeu a participação em diversos setores expositivos: nas artes plásticas, contou com as participações de Paula Rego (1935), Nadir Afonso (1920-2013) e Noronha da Costa (1942); nas artes gráficas, com a de Vítor Fortes (1943), vencedor do Prémio Internacional de Gravura Eng.º Armando de Arruda Pereira daquela edição; em arquitetura, integrou projetos dos arquitetos José Santa-Rita (1929-2001), José Pacheko (1934-1985), Duarte Leitão (?-?) e Diogo Lino Pimentel (1934-2019)José Pacheco, Duarte Leitão e Diogo Lino Pimentel (1934).

Filipa Coimbra, 2016