Exposição organizada pelo Ludwig Forum fu¨r Internationale Kunst, com o objetivo de dar a conhecer um conjunto significativo de desenhos do artista alemão Georg Baselitz (1938), pertencente à Coleção Ludwig, e que a então recentemente inaugurada instituição possuía em depósito.

Ao longo da Galeria do Piso 01 do Centro de Arte Moderna são criados três núcleos: um dedicado aos dois primeiros manifestos de Baselitz – as séries Pandemónio I (1961) e Pandemónio II (1962) –, criados juntamente com Eugen Schönebeck, seguindo-se uma seleção de desenhos a tinta-da-china, carvão e aguarela produzidos entre 1958 e 1968, e, por fim, um conjunto de aguarelas, óleos e desenhos a grafite, realizados entre 1969 e 1975, aos quais se juntam duas pinturas.

À mostra concebida por Wolfgang Becker, diretor do Ludwig Forum, em Aachen, são acrescentadas a pedido de José Sommer Ribeiro, diretor do Centro de Arte Moderna, duas pinturas e uma escultura do artista alemão, opção que o mesmo justifica do seguinte modo: «Se bem que a inclusão destas obras não tenha a pretensão de dar uma visão global da obra deste autor, pensou-se que, sendo a sua visibilidade entre nós bastante rara, não seria de perder esta oportunidade.» (Georg Baselitz. Os Desenhos de Aachen, 1958-1976, 1993)

Assim, no segundo núcleo, dominado pela figura masculina, representação «do "novo tipo", do "herói", do "resistente clandestino"», segundo Becker (Ibid.), foi exposta uma escultura com traços antropomórficos em madeira pintada. Do mesmo modo, as pinturas incluídas no último núcleo manifestam afinidades formais com os trabalhos sobre papel. Nestes, produzidos num ambiente bucólico, em Osthofen, a natureza ganha protagonismo e as composições surgem invertidas. Esta ação, que configurará uma marca da obra de Baselitz, nem sempre evidente nos trabalhos de menores dimensões, ganha preponderância com a introdução das pinturas na exposição, remetendo para produção pictórica mais recente.

Esta mostra foi acompanhada de um catálogo concebido por Wolfgang Becker, no qual se encontram reproduzidas todas as obras sobre papel expostas.

Mariana Roquette Teixeira, 2019