IGC inicia estudo de prevalência de COVID-19 em profissionais de saúde

Testar ao longo do tempo permite proteger os profissionais e os serviços de saúde
28 abr 2020

Na primeira fase, são 1000 profissionais de saúde do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO, que incluí os Hospitais Egas Moniz, Santa Cruz e São Francisco Xavier) e do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) a ser monitorizados para identificar se foram expostos e infetados pelo vírus SARS-CoV-2. A iniciativa pretende chegar aos 3000 profissionais de outros Centros Hospitalares e Agrupamentos de Centros de Saúde do país.

A alta taxa de casos assintomáticos de COVID-19 tem representado um enorme desafio na contenção da pandemia, uma vez que uma grande proporção da transmissão ocorre em pessoas que não sabem que estão doentes. Os profissionais de saúde, que estão na frente de resposta, têm sido muito afetados por este fator determinante, podendo ser contagiados ou contagiar outros, tornando-se crítico testar e monitorizar a infeção em meio hospitalar.

Mónica Bettencourt Dias, Diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, realça que “é um grupo muito exposto e a nossa intervenção vai além do diagnóstico: vamos monitorizar a transmissão e a resposta imunitária”, estes dados “são fundamentais para identificar quais os profissionais de saúde expostos e infetados pelo vírus, permitindo assim aos hospitais afinar as suas estratégias” conclui. “Estes dados vão permitir ver se as pessoas que já foram infetadas têm anticorpos, por quanto tempo e se são resistentes a novas infeções”, diz Carlos Penha Gonçalves, investigador do IGC e um dos coordenadores do estudo.

Os profissionais de saúde vão ser monitorizados de 3 em 3 semanas por um período de pelo menos 3 meses. A informação recolhida será crucial para proteger e cuidar destes profissionais, gerir equipas e serviços, e garantir a sustentabilidade da prestação de cuidados de saúde, ao mesmo tempo que reunirá informação para preparar a resposta do país para outras possíveis vagas de infeção.

Nos Hospitais há “médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes no serviço de urgência, no préhospitalar, nas enfermarias e nas Unidades de Cuidados Intensivos dedicados apenas a doentes COVID-19. Este projeto será uma oportunidade para testar os profissionais voluntariamente, aferir o seu grau de exposição e de imunidade” afirma Rita Perez, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, e por isso “estamos muito interessados em participar, desde o primeiro momento, como forma de proteção aos que fazem efetivamente a diferença nesta pandemia”, reforça.

Marco Ferreira, Presidente de Conselho de Administração do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca realça que este estudo “representa um importante incremento na capacidade de testagem para o SARS-CoV-2 do Hospital”. Mas também permitirá “uma colaboração dinâmica e sinérgica entre ambas as instituições, promovendo o desenvolvimento de projetos de investigação científica e clínica, uma das áreas estratégicas do desenvolvimento do Hospital”.

Para o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, “é fundamental testar os nossos profissionais e não esperar que tenham sintomas para o fazer. Se não protegermos quem está a tratar, estamos a expor ainda mais os profissionais de saúde e as outras pessoas”.

O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) juntou-se a esta iniciativa e está a apoiar na preparação de amostras recolhidas no Hospital Egas Moniz, posteriormente analisadas nos laboratórios do IGC. A DHL Parcel Portugal é outra entidade que se disponibilizou a apoiar no transporte das amostras, desde o início do projeto.

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