20ª ERC do IGC atribuída a Isabel Gordo

30 mar 2023

A investigadora principal do IGC, Isabel Gordo, está entre os quatro vencedores do mais recente concurso das ERC Advanced Grants. Os quatro novos projetos financiados na área das ciências da vida irão receber um total de 11.5M€. Este número, atribuído num mesmo concurso, é um novo recorde para o nosso país.

Em Portugal juntam-se a Isabel Gordo, do Instituto Gulbenkian de Ciência, IGC, os vencedores Maria Manuel Mota, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, iMM, Mariana Pinho, ITQB-NOVA e Henrique Veiga-Fernandes, Fundação Champalimaud. Cada um receberá entre 2.5M€ e 3.5M€ para o desenvolvimento de projetos de investigação ao longo dos próximos cinco anos.

Isabel Gordo vai liderar o projetoEvolução no intestino na saúde e na doençacom um financiamento total de 2.5M€. Este projeto vai olhar para a microbiota no intestino dos mamíferos, um ecossistema complexo cujas regras ecológicas e evolutivas ainda não compreendemos. Esta diversidade, da microbiota, está associada a estados de saúde ou de doença. O porquê desta associação ainda está por descobrir. 

Neste projeto a investigadora pretende desvendar como a seleção natural opera para moldar a diversidade de bactérias no intestino de hospedeiros saudáveis e doentes. As questões e as experiências que vão abordar durante este projeto representam um casamento perfeito entre os campos da evolução e da medicina. Pretende-se entender como a evolução das bactérias é alterada em contexto de doenças: doenças inflamatórias do intestino, incluindo cancro, e obesidade.

Ao receber a prestigiosa ERC, Isabel realça que “quanto ao objetivo específico do meu projeto” está “eternamente agradecida aos pensamentos do falecido biólogo Ilya Ilyich Metchnikoff, nascido na Ucrânia, e do russo Leo Tolstoy cujo livro “Anna Karenina” inspirou a hipótese principal que me propus testar neste projeto. Quando todos decidirmos caminhar sobre os ombros de gigantes, o nosso limite é o céu.” A nova ERC vai permitir à equipa multidisciplinar, liderada pela investigadora, perceber mecanismos fundamentais em experiências controladas de forma que, no futuro, seja possível modular eficazmente o nosso microbioma, e o dos animais, e assim contribuir para a melhoria significativa da saúde no contexto do ecossistema em que vivemos. 

Para Mónica Bettencourt-Dias, Diretora do IGC, “a atribuição desta ERC é muito importante para o desenvolvimento da área de investigação em evolução e ecologia, que é crítica para antecipar o futuro e assim reduzir o impacto de várias doenças na sociedade”. Por outro lado, acrescenta que esta “é a 20º ERC de grande volume financeiro a ser atribuída a investigadores da Gulbenkian, sendo que em 2023, 40% dos nossos investigadores tem uma destas bolsas ativas, um marco importante para Portugal e para a Europa”.

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