Depois de estudos interrompidos na Faculdade de Letras e de aventuras comerciais em Angola e Lisboa, é nas letras e nas artes que José-Augusto França (1922) encontra o seu caminho, dedicando-se essencialmente à crítica e à divulgação dos novos escritores e artistas, actividade que tem particular ênfase a partir de 1946 com o seu regresso de uma viagem a Paris.

Quando Lemos fotografou José-Augusto França já este tinha participado na organização do Grupo Surrealista de Lisboa em 1947, e feito a sua experiência como artista expondo na primeira mostra do grupo em 1949.

Em 1951 foi a vez de relançar os “Cadernos de Poesia”, com a colaboração de Jorge de Sena, e dar início aos “Córnios” que tiveram cinco edições (Uni/Pentacórnio) até 1956.

A relação de Lemos e José-Augusto França manter-se-ia para além da amizade no empreendimento que ambos tomaram em mãos, a criação de uma Galeria de Arte, que denominaram de “Galeria de Março” (Março de 1952).

Este espaço, embora importante no esforço que fez para a divulgação do abstraccionismo, ora emergente, foi de vida breve (1952-1954), como o tinham sido a pioneira “UP” (1932-1936), de António Pedro e Tomás de Melo (Tom), a primeira galeria de arte moderna em Lisboa, e mais tarde a “Stop”, no início dos anos quarenta.

JO