- 1936
- Tela
- Óleo
- Inv. 78PE99
Maria Helena Vieira da Silva
Composition (Composição)
O original percurso de Vieira da Silva, sempre caracterizado por avanços e recuos, incertezas e experimentações, é pontuado por momentos evolutivos marcantes. Até 1935, Vieira da Silva usou a perspectiva central e o espaço construído à volta de um ponto de fuga único imaginário, em notáveis exemplos de pinturas de espaços fechados. A partir de 1936, a perspectiva tende a ser ultrapassada na série a que chamou Compositions. A afirmação do plano através de elementos puramente plásticos, como as linhas e os contornos, serve para acentuar a arquitectura das composições. É a estrutura e o espaço pictórico que dirigem a sua intenção de vontade construtiva. Os temas perdem importância e transformam-se em esquemas plásticos. As suas pinturas desta série não têm títulos ou são intencionais Compositions e a grelha é um elemento de eleição para compartimentar o espaço no suporte bidimensional da tela.
Composition (Composição) faz parte de um conjunto definido como ossaturas espaciais que lhe serve para salientar as estruturas que definem a composição, onde a abstracção exclui qualquer figuração. A atenção de Vieira da Silva é retida pela armação do visível e as estruturas são despojadas. É a essência que lhe interessa: os espaços são interiores, fechados, tal como a artista está isolada do mundo exterior e da realidade. A composição ordena-se à volta de um eixo central – elemento estabilizador que logo é diluído por elementos destabilizadores. As linhas alargadas com contornos cruzam-se e entrelaçam-se de um plano para outro, provocando distorções, formando uma grelha que anula qualquer perspectiva sugerida em composições anteriores. A ideia de labirinto (muito tempo antes de utilizar esta configuração espacial como título de pinturas) insinua-se no caminho perdido de um entrelaçamento de linhas. Perde-se a densidade, anula-se a profundidade e o suporte reafirma a sua função contentora. A cor, despojada de qualquer valor expressivo, acentua a intenção das linhas – que criam planos a partir das intersecções – de realçar a arquitectura da obra e a ausência de volume. A cor pura é utilizada de um ponto de vista dinâmico, antes da paleta se tornar mais discreta e saturada. Vieira da Silva usa a cor intencionalmente em função de relações intrínsecas com a pintura, potenciando o afastamento da realidade e da essencialidade redutora, que rapidamente se tornam urgentes de ultrapassar e transgredir.
Marina Bairrão Ruivo
Maio de 2010
Tipo | Valor | Unidades | Parte |
Altura | 81,5 | cm | |
Largura | 100,3 | cm | |
Largura | 103,7 | cm | |
Altura | 84,5 | cm | |
Espessura | 5 | cm |
Tipo | assinatura |
Texto | Vieira da Silva |
Posição | no c.i.d. |
Tipo | data |
Texto | 36 |
Posição | no c.i.d. |
Tipo | Doação |
Data | 12 Outubro 1978 |
Vieira da Silva - Catalogue Raisoné |
Genève, Suiça, Edition D'Art Albert Skira S.A., 19-11-1993 |
ISBN:2-605-00251-9 |
Catálogo Raisonné |
Arte Contemporáneo Portugués |
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna, 1987 |
Catálogo de exposição |
Inauguração do CAM |
CAM/FCG |
Curadoria: A definir |
20 de Julho de 1983 Lisboa, Centro de Arte Moderna/ FCG |
20 de Julho 1983. |
Vieira da Silva - Arpad Szenes nas Colecções portuguesas |
Casa de Serralves |
Curadoria: A definir |
Fevereiro de 1989 a Abril de 1989 Casa de Serralves, Porto |
Exposição individual, no Porto, em 1989. |
Vieira da Silva dans le collections portugaises |
Musées Royaux des Beaux-Arts |
Curadoria: A definir |
1991-09-29 a 1991-12-08 Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelas |
Exposição individual, em Bruxelas, no ano de 1991. |
sem título |
CAM/FCG |
Curadoria: A definir |
Exposição colectiva. |
a definir |
Galeria do Leal Senado |
Curadoria: Arqtº Sommer Ribeiro |
9 Junho 1995 a 30 Julho 1995 Macau |
Exposição realizada em Macau. Exposição sobre Vieira da Silva. |
Arte Contemporáneo Portugués |
Fundação Calouste Gulbenkian |
Curadoria: CAM/FCG |
Fevereiro de 1987 a Março de 1987 Madrid, Museo Espanõl de Arte Contemporáneo |
Exposição organizada pelo CAM e pelos ministérios dos "Asuntos Exteriores" e da Cultura de Espanha. A exposição apresentou obras da Colecção do Centro de Arte Moderna e de colecções particulares. |
VIEIRA DA SILVA - Obras do Centro de Arte Moderna JAP e da Fundação AS-VS |
Centre Culturel Calouste Gulbenkian |
Curadoria: Marina Bairrão Ruivo |
13 de Junho de 2007 a 18 de Outubro de 2007 Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris |
25 de Outubro de 2007 a 16 de Março de 2008 Fundação Arpad-Szenes - Vieira da Silva |
Organização conjunta do Centro Cultural C G em Paris e da Fundação Arpad-Szenes Vieira da Silva em Lisboa. Com a colaboração do Centro de Arte Moderna. Co-comissária da exposição - Ana Vasconcelos e Melo. |