Realizada no âmbito da Temporada Portugal-França 2022, Europa Oxalá foi selecionada por Celso Martins, do jornal Expresso, como uma das melhores exposições do ano. Uma coprodução entre a Fundação Calouste Gulbenkian, o Mucem e o Africa Museum e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, esta exposição itinerante foi apresentada na Galeria Principal da Fundação Calouste Gulbenkian entre março e agosto deste ano.

Com curadoria de António Pinto Ribeiro, curador e investigador na Universidade de Coimbra, e dos artistas Katia Kameli e Aimé Mpane, a exposição contou com a participação de 21 artistas, todos com origens familiares em antigas colónias em África. Os seus contributos resultaram na apresentação de cerca de 60 obras muito diversas ao nível dos suportes e das técnicas, da instalação ao filme, do desenho à escultura, passando ainda pela fotografia e pela pintura.

A exposição teve como objetivo questionar a noção de Europa, desafiando as tradicionais narrativas criadas através de perspetivas colonialistas. Nascidos e criados num contexto pós-colonial, os artistas refletem sobre as suas heranças, memórias e identidades, propondo a desconstrução do pensamento colonial e facilitando a abertura a novos métodos de relacionamento.

Testemunho do poder criativo da diversidade cultural europeia contemporânea, a exposição conheceu uma primeira edição em 2021 no Mucem, em França. Entre 4 de março e 22 de agosto foi apresentada na Fundação Gulbenkian, contando com quase 45 mil visitantes e com uma vasta programação paralela, que incluiu visitas, conversas, conferências, performances e um ciclo de cinema, além de ter dado o mote para a programação do Jardim de Verão 2022. Viajou de seguida para o Africa Museum, em Tervuren, na Bélgica, onde pode ser visitada até março de 2023.