«Desaprender. Constelações, relações e não-lições» com Joana Craveiro/Teatro do Vestido

Ecologias Imateriais. Encontros para reconectar a terra e o corpo.

Slider de Eventos

Partindo das teorias do ‘Descrescimento/ Degrowth’, bem como de reflexões sobre justiça climática, ecologia política, e apoiando-se no conjunto de obras Kinship: Belonging in a World of Relations (ed. Gavin Van Horn, Robin Wal Kilmerer e John Hausdoerffer), Joana Craveiro cria esta conversa-performance, a andar.

Apoiando-se nos dispositivos que formam a sua linguagem artística – a palestra performativa, o storytelling, o site-specific, as criações em percurso, o trabalho de campo etnográfico – Joana Craveiro experimenta aqui a ideia de conversa, numa decomposição do formato de conferência ou palestra. Desaprender como mote para ensaiar novos futuros.


IMAGENS

Foto: Joana Craveiro

FICHA TÉCNICA

Criação, investigação, interpretação: Joana Craveiro
Música e espaços sonoros: Francisco Madureira
Colaboração criativa: Tânia Guerreiro, Estêvão Antunes, Leocádia Silva, Alaíde Costa, Carla Martinez
Direção de Produção: Alaíde Costa
Produção: Teatro do Vestido

O Teatro do Vestido é financiado por República Portuguesa – Cultura | Direcção-Geral das Artes


BIOGRAFIAS

Joana Craveiro é dramaturga, encenadora, actriz, professora e antropóloga. É directora artística do Teatro Vestido, onde escreveu e dirigiu mais de 40 obras. É coordenadora da Licenciatura em Teatro da Escola Superior de Artes e Design, Caldas da Rainha, onde desenvolve uma pedagogia criativa e combativa que ajuda a pensar um mundo livre de totalitarismo, xenofobia, misoginia e de racismo estrutural. É doutorada pela Roehampton University, Londres, com uma tese sobre a transmissão da memória política da Revolução Portuguesa de 1974-75 e a Ditadura de 1926-74 através da performance e do teatro. A sua pesquisa e os seus projectos de história oral são apresentados como palestras performativas em conferências nacionais e internacionais desde 2012. Tem o Mestrado em Encenação pela Royal Scottish Academy of Music and Drama. É licenciada em Antropologia pela Universidade Nova/FCSH, e tem o Curso de Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema. Os seus métodos criativos assentam grandemente em práticas etnográficas e na história oral. A partir de 2011, Joana Craveiro começou a utilizar de forma consistente a história oral como metodologia primordial do seu trabalho de investigação e criação, tendo estudado essa disciplina em cursos ministrados pela Oral History Society, na British Library, bem como em diversos workshops, masterclasses, conferências e cursos vários, com Alessandro Portelli, Martha Norkunas, Paula Godinho, Miguel Cardina, Rui Bebiano, Indira Chowdhury, entre outros. Contribuiu para a obra Memory, Subjectivities, and Representation: Approaches to Oral History in Latin America, Portugal, and Spain (ed. Rina Benmayor et.al.) que recebeu em 2016 o prémio da Oral History Association (OHA). Joana Craveiro é também investigadora associada do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC/Nova). Aprofundou os seus processos colaborativos com os Goat Island e os Every House has a Door, na School of the Art Institute of Chicago, em 2008 e 2009. Aprendeu sobre o devising – que já fazia, mas a que não dava esse nome – com Alexander Kelly, dos Third Angel, no Programa Gulbenkian de Criatividade e Criação Artística. Foi também aí que consolidou o seu trabalho autobiográfico.

Em 2019, Joana Craveiro foi nomeada por Elas também estiveram lá, para o Prémio SPA/ Melhor Texto Português Representado. Editou em 2019 Margem, texto que escreveu para o espectáculo homónimo de Victor Hugo Pontes (Prémio SPA/ Melhor Coreografia, 2018). O espectáculo Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas, considerado uma obra marcante da criação portuguesa contemporânea, recebeu o Prémio do Público do Festival de Teatro de Almada, em 2015, tendo sido nomeado pela SPA para o prémio de Melhor Espectáculo no mesmo ano. Esta criação é hoje estudada por investigadores em teses de mestrado e doutoramento, como uma obra fundamental para compreender um olhar de pós-memória sobre a ditadura e a revolução portuguesas e as formas de transmissão dessa memória. Joana Craveiro é membro da rede de dramaturgos europeus, Fabula Mundi. Em 2021, Joana Craveiro dirigiu o seu primeiro filme Elas também estiveram lá, Prémio Especial do Júri, Festival Olhares do Mediterrâneo, 2021.

Em 2002 foi bolseira Fulbright nos EUA, onde desenvolveu a sua investigação no Clement A. Price Institute on Ethnicity, Culture, and the Modern Experience, da Rutgers University, trabalhando directamente com o Jack (John Kuo Wei) Tchen, autor, entre outros, de Yellow Peril!

O Teatro do Vestido é um colectivo teatral fundado em 2001 e cuja primeira peça, Tua, se estreou na Galeria Zé dos Bois. Tem na sua génese a escrita de textos dramáticos originais, a procura de espaços de apresentação alternativos, a observação da realidade, a investigação etnográfica e a história oral, como principais metodologias de trabalho. A companhia procura constantemente novas formas de fazer um teatro autobiográfico, político, engajado e poético, através de processos colaborativos, com direcção artística de Joana Craveiro. As dimensões ética, social e pedagógica são constituintes da companhia desde a sua formação em 2001, e têm tido expressão nos múltiplos projectos desenvolvidos ao longo dos seus 20 anos de actividade. A companhia trabalha desde sempre a temática da memória e a sua relação com a sociedade e com a vida de cada um, fazendo do seu teatro um misto de autobiografia e profunda reflexão sobre a realidade envolvente. A companhia tem vindo a tentar re-significar a prática de um teatro político e documental hoje. A poética das cidades, dos espaços devolutos, dos espaços de passagem e em transformação; a observação atenta e engajada do quotidiano; o trabalho de campo, a recolha de memórias e histórias de vida; a memória histórica, e a criação de comunidades várias, à passagem da companhia – todos estes aspectos são a marca metodológica e artística do trabalho do Teatro do Vestido. Reconhecendo-o, a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro descreveu em 2012 o Teatro do Vestido como tendo, “uma actividade aberta a todas as formas de arte, atenta a todos os cidadãos e curiosa de tudo o que se passa no mundo em que as pessoas vivem”.


ECOLOGIAS IMATERIAIS

«Ecologia Imateriais» é uma programação que inclui conversas, concertos, performances, sessões de poesia e outras práticas artísticas em torno de reflexões sobre as dimensões imateriais e espirituais da ecologia.

Saber mais

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.