Al Cartio (Honolulu, 1951) licenciou-seem História de Arte pelo Nova Scotia College of Art and Design em Halifax, Nova Escócia, em 1969. Em 1980, Cartio trabalha como assistente do escultor nova-iorquino Christopher Wilmarth. Nesta altura desinteressa-se pelo mundo da arte, e realiza uma série de viagens pelo Mediterrâneo, Norte de África, Sumatra e o deserto de Atacama no Chile, em busca de conhecimento espiritual e da sua própria voz. Durante as viagens vai conhecer habitantes locais e outros viajantes que o influenciariam para sempre, como os povos Kerinci e Minangkabau de Sumatra; o dramaturgo Samuel Beckett, que conheceu num riadem Tânger; e alguma da intelligentsiaportuguesa do início da década de 1980, com quem travou conhecimento durante uma estada em Lisboa, em 1981. Foi durante este período que participou na Bienal Internacional de Desenho de Lisboa (Lis’ 81).
Em 1983, regressa a Nova Iorque, fixando-se na Bowery. É nesta altura que se dedica igualmente à escrita e trabalha como cenógrafo para o La MaMa Experimental Theatre Club. O seu estilo artístico recusa, em última análise, qualquer categorização, apesar de ter sido fortemente influenciado pela poesia concreta. Neste período da sua vida, o seu círculo mais íntimo incluía o artista Martin Wong, o poeta Miguel Piñero, o escritor Charles Henri Ford e o colecionador Sam Wagstaff. O trabalho de Cartio permaneceria ainda assim totalmente ignorado pelo mundo da arte de Nova Iorque dos anos 1980 e, apesar de ter participado em várias exposições coletivas, nunca recebeu o reconhecimento que lhe era devido. Após a morte de vários dos seus amigos infetados com o VIH/sida, Cartio abandona Manhattan e muda-se para Greenpoint, em Brooklyn, onde reside desde então. Atualmente leciona inglês como língua estrangeira no Pratt Institute e prepara uma tradução para inglês da obra Cleópatra do português Francisco Sá de Miranda (século xvi).
Constance Ruth Howes (Baltimore, 1947) nasceu numa família católica irlandesa da classe operária. Apesar das suas origens humildes, licenciou-se no Barnard College, Columbia University, onde estudou com a famosa socióloga e cientista política Frances Fox Piven, entre 1966 e 1968. Em finais da década de 1960, Howes conhece Tom Hayden, um ativista antiguerra radical defensor dos direitos civis, envolvendo-se no seu trabalho com os residentes de Newark, no âmbito do Newark Community Union Project. Entre 1971 e 1977, Howes faz o doutoramento em Ciências Políticas na Harvard University, sob a orientação do sociólogo político Barrington Moore, Jr. Em 1980, publica o seu primeiro livro, Critical Politics, Growth and Ethics, que integra a lista de finalistas do prémio Best New Book in Comparative Political Sciences da American Political Science Association.
Em 1979, é convidada para ser professora do Departamento de Ciências Políticas da Cornell University. Entre 1981 e 1982, foi presidente da American Sociological Association, e em 1982 publica Profane Democracies, considerado um dos estudos mais importantes sobre a democracia na segunda metade do século xx. Deixa Cornell em 1988 para integrar o John Jay College na City University of New York (cuny) antes de aceitar um cargo permanente no Departamento de Ciências Políticas no Graduate Center (cuny). Depois de se reformar em 2014, retoma o interesse por arte que tinha desde a juventude, quando frequentou aulas de pintura aos fins de semana no Baltimore Museum of Art. Durante uma viagem em 2015 ao Algarve, cria uma série de paisagens marítimas em aguarela, que não retomará, por não as achar suficientemente dignas de atenção. Atualmente, vive na Riverside Drive Co-op, em Nova Iorque, com o marido de há quarenta e quatro anos, Aaron David Rosenthal.