Objeto, Texto e Imagem na Era Digital
Slider de Eventos
Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Auditório 3 Fundação Calouste GulbenkianO evento será transmitido ao vivo e estará disponível nesta página.
A digitalização das coleções é atualmente uma prioridade de muitos museus à volta do mundo. Os potenciais benefícios são enormes: desde o fácil acesso às coleções por parte de investigadores e público em geral, até ao estabelecimento de ligações entre objetos e coleções de formas novas e reveladoras.
Contudo, objeto físico e objeto digital não são a mesma coisa, e o processo de digitalização transforma o item original. Em particular, a fisicalidade do objeto é negligenciada através da sua redução a imagens e textos. Este processo levanta um amplo leque de questões. O que se ganha e o que se perde na transformação de físico em digital? Estaremos a dar prioridade à digitalização de objetos que são mais facilmente traduzidos em imagem e texto?
O campo da numismática antiga está particularmente avançado no processo de digitalização. Estes avanços devem-se, em parte, ao estatuto quase único das moedas enquanto combinação de imagem, texto e objeto, e constituem uma referência importante para o domínio das Humanidades Digitais aplicadas aos museus.
Nesta conferência, serão abordados também outras tipologias de objetos, como os vasos gregos ou as tábuas cuneiformes. Por fim, será discutido o papel crucial da documentação e dos arquivos, bem como as possibilidades inspiradoras das tecnologias digitais (modelação 3D, digitalização, etc.) para a compreensão das coleções dos museus.
Oradores
-
Alicia Hughes
Historiadora de arte e curadora especializada em histórias de colecionismo e produção de imagens no século XVIII. É doutorada em História da Arte pela Universidade de Glasgow. Anteriormente, foi assistente de curadoria no The Hunterian. Atualmente, é curadora do projeto «Sloane Lab» no British Museum. Foi também responsável pela renovação da instalação dedicada a Sloane e ao seu legado, na Galeria do Iluminismo do British Museum.
-
Andrew Meadows
«Fellow» em História Antiga no New College, diretor do Centro para o Estudo de Documentos Antigos da Universidade de Oxford, Curador Honorário no Ashmolean Museum e membro do International Numismatic Council. Dirigiu diversos projetos de investigação digitais, incluindo o OCRE, o ARCH, e mais recentemente o projeto CHANGE, financiado pelo ERC. Foi cofundador do «nomisma.org», um recurso de Linked Open Data para outros projetos de numismática.
-
Beatriz Saraiva
Beatriz é licenciada em História da Arte pela Universidade Nova de Lisboa e frequenta o mestrado em Museologia na mesma universidade. No seu percurso profissional, colaborou em instituições como a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva e a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema. Ingressou no Museu Calouste Gulbenkian em 2018, tendo desde então desempenhado funções nos departamentos de Gestão de Coleções e Comunicação. É também responsável, no Museu Gulbenkian, pelo projeto «Coleções Online».
-
Daniel Alves
Professor associado com agregação no Departamento de História e investigador no Instituto de História Contemporânea, da NOVA FCSH. É mestre em História do Século XIX e doutorado em História Contemporânea. É editor do Journal of Digital Humanities, publicado pela Edinburgh University Press. Coordena o Laboratório de Humanidades Digitais, sendo consultor da Infraestrutura Digital de Investigação ROSSIO. É subdiretor adjunto para as Infraestruturas Tecnológicas e Transição Digital da NOVA FCSH.
-
Els Angenon
Responsável pelas coleções online, pela equipa de digitalização e pela implementação da estratégia digital (gestão, valorização e preservação da documentação digital relacionada com as coleções científicas) dos Musées royaux d’Art et d’Histoire de Bruxelas. Els desempenha um papel de coordenação entre cientistas e serviços de documentação no que diz respeito ao inventário e digitalização das coleções. Atualmente, trabalha em inovações relacionadas com a área das imagens dos objetos das coleções.
-
Federico Taverni
Licenciado em Conservação do Património Cultural e doutorado em Património Cultural pela Universidade de Bolonha. Trabalha desde 2017 como especialista em meios de comunicação digitais no Museo Egizio, em Turim, com particular foco na digitalização da coleção através da criação de modelos 3D (tanto com técnicas de fotogrametria como com scanners 3D), e na criação de conteúdos multimédia destinados a apoiar a investigação e o estudo dos artefactos da coleção.
-
George Watson
Historiador de Antiguidade e numismata. Desempenhou funções de investigação e ensino nas universidades de Frankfurt, Oxford, Swansea e Lancaster. É consultor de diversos museus na Europa relativamente às suas coleções de moedas. O seu grande interesse pela numismática digital levou-o a trabalhar em diversos projetos neste domínio, incluindo o projeto online «Roman Provincial Coinage» e o projeto «NUMiD», na Alemanha.
-
Inês Fialho Brandão
Coordena o setor de Mediação Cultural e Estratégia Digital do Museu Calouste Gulbenkian. A sua investigação incide sobre a representação de alteridades em espaços museológicos, concentrando-se nos movimentos migratórios forçados e restituição de bens culturais. É doutorada em História pela Universidade de Maynooth e Mestre em Estudos Islâmicos e Museologia pela Universidade de Nova Iorque. Integra o Conselho Científico do Observatório do Ensino da História na Europa (Conselho da Europa).
-
Karsten Dahmen
Numismata alemão e diretor-adjunto do Münzkabinett (Coleção de Numismática) dos Staatliche Museen zu Berlin (Museus Estatais de Berlim). Integrou a equipa dedicada a esta coleção em 2005. É o curador responsável pelas moedas romanas tardias, bizantinas e islâmicas, e pelas medalhas estrangeiras. Trabalha no desenvolvimento do Normdatenportal, o catálogo online da coleção. É membro do comité diretivo do projeto internacional colaborativo «nomisma.org».
-
Maxence Garde
Conservador da coleção de Antiguidade do Museu Calouste Gulbenkian. Licenciado em Arqueologia Clássica e especializado em Egito Antigo pela École du Louvre, em Paris. Do Metropolitan Museum of Art ao British Museum, a sua experiência profissional centrou-se em questões relacionadas com a história das coleções museológicas e a proteção do património cultural mundial.
-
Tyler Jo Smith
Professora de Arqueologia Clássica na University of Virginia e codiretora do projeto colaborativo «Kerameikos.org». A sua investigação incide sobre a cerâmica grega com elementos figurativos nos seus contextos culturais antigos e modernos, com especial atenção ao seu aspeto performático.
É autora de «Religion in the Art of Archaic and Classical Greece» e coeditora de «Companion to Greek Art». É «Senior Fellow» do Institute of Classical Studies, Londres, e «Fellow» da Society of Antiquaries.