Obra Visitante: Vaso Canópico de Iunefer

Em Busca da Eternidade

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A terceira Obra Visitante do Museu Calouste Gulbenkian vem da Ny Carlsberg Glyptotek, de Copenhaga.

Os vasos canópicos, ou vasos de vísceras, foram usados no Antigo Egito desde o Império Antigo (2570-2450 a.C.), até ao período Ptolemaico (305-30 a.C.).

Eram utilizados para conservar os órgãos internos do defunto, removidos durante o processo de embalsamamento, sendo colocados posteriormente nos seus túmulos.

O conjunto completo era composto por quatro destes vasos, cada um dos quais dedicado a um deus protetor do túmulo e protegendo um órgão específico. Os quatro vasos eram depois colocados numa arca canópica, que era decorada com fórmulas propiciatórias e divindades femininas protetoras, bem como o nome do defunto aí sepultado.

Os quatro deuses protetores do túmulo – os genii – eram os chamados Filhos de Hórus, que têm uma presença marcante na coleção de arte egípcia do Museu Calouste Gulbenkian. Cada um deles protegia um dos órgãos internos do defunto: Imseti protegia o fígado; Hapi os pulmões; Quebesenuefe os intestinos; e Duamutef o estômago, como acontece neste caso.

Devido aos recorrentes saques perpetrados contra os túmulos do Antigo Egito, sobretudo os dos personagens mais relevantes, nomeadamente os faraós enterrados no Vale dos Reis – poucos foram os túmulos que chegaram inviolados e com todo o seu espólio aos nossos dias e, portanto, também não são muitos os vasos canópicos que nos chegaram intactos.

O vaso que está agora em exposição é, no entanto, um exemplar particularmente interessante, não só devido ao seu bom estado de conservação, que inclui a policromia da tampa quase intacta, mas também devido ao seu carácter extremamente expressivo, fugindo às representações mais formais e hieráticas da face que decora habitualmente, como aqui, a tampa do vaso.

Na realidade, este tipo de decoração só começa a acontecer num período mais tardio do Império Antigo, uma vez que os primeiros vasos canópicos tinham tampas lisas, sem decoração. Mais tarde ainda, durante o Império Médio, os quatro vasos canópicos em cada túmulo passaram a ter representações semelhantes entre si, provavelmente tentando reproduzir cada um deles a face do defunto.

O vaso canópico que agora é apresentado, que pertenceu a um homem chamado Iunefer, foi exumado de um túmulo em Hauara, perto do oásis de Faium, e a inscrição que o nomeia refere também o Filho de Hórus Duamutef – pelo que seria o estômago do defunto que aqui terá sido guardado – bem como a deusa Neith, que também protegeria esse mesmo órgão.


Programação complementar

Visitas

Visita e conversa com o curador
Em português
Qui, 23 fev / 17:00
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Visita orientada
Em português
Sáb, 25 mar / 16:00
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Ficha técnica

Curadoria

Jorge Rodrigues – Conservador do Museu Calouste Gulbenkian

Imagem

Vaso canópico de Iunefer. Egito, Hauara, túmulo 57. XII dinastia, c. 1985-1795 a.C. Calcário. 29,5 x 20 cm. Inv. ӔIN 1385. Ny Carlsberg Glyptotek, Copenhagen. Foto: Ny Carlsberg Glyptotek, Ole Haupt

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