Direitos culturais: como passamos à prática?
Isto é PARTIS & Art for Change 2025
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Auditório 3 Fundação Calouste Gulbenkian
Em 2009, foi destacado, pela primeira vez, um Relator Especial das Nações Unidas para a área dos direitos culturais. O objetivo passava por dar maior visibilidade aos direitos culturais no contexto dos direitos humanos. Passados quinze anos, como estamos a defender a cultura enquanto direito essencial?
Em 2025, a conferência do Isto é PARTIS & Art for Change centra-se na prática dos direitos culturais e nos cruzamentos entre arte, participação e identidade.
Jazmín Beirak, Diretora Geral dos Direitos Culturais do Ministério da Cultura de Espanha, é a protagonista da palestra de abertura, focada nas linhas de ação deste novo gabinete, seguindo-se uma conversa com a consultora para a cultura e artes Catarina Vaz Pinto.
No painel que dá título a esta conversa, debate-se a promoção dos direitos culturais a partir da experiência dos projetos de base comunitária Chamadarte, Braba.plataforma e Unidigrazz e da artista e mediadora surda Patrícia Carmo.
O segundo painel abordará o papel da arte no reconhecimento e expressão de identidades e legados culturais, e terá a participação das atrizes e encenadoras Coco Reyes (Gitanas a Escena) e Maria Gil, da música e compositora Edvânia Moreno e do mediador intercultural Rajendra Shiwakoti.
Será ainda apresentada a nova plataforma digital Arte e Comunidade, que reúne publicações, manuais de metodologias e outros recursos sobre arte participativa e acesso à cultura em Portugal.
Imagem © Carlos Porfírio
Oradores
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Alice Neto de Sousa
Alice Neto de Sousa é uma poeta e dizedora de poesia, nascida em Portugal com raízes em Angola. Autora do poema Março, escolhido para inaugurar as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de abril, procura nos palcos “afiar a língua” para temas sociais emergentes – destaque ao poema Poeta, da sua autoria, que tem voado pelo mundo. Foi presença assídua no programa televisivo Bem-Vindos, na RTP África, e, em 2024, esteve como Poeta em Residência na Fundação Calouste Gulbenkian.
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Catarina Vaz Pinto
Licenciada em Direito e pós-graduada em Estudos Europeus.
Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (2009 – 2021). Consultora para a cultura e as artes (2001-2005, 2021-). Administradora não executiva da Fundação Cultural Europeia (2021-) Coordenadora Executiva do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian (2003-2007). Diretora-executiva da Pós-graduação em ‘Gestão Cultural nas Cidades’/INDEG/ISCTE (2001-2004). Secretária de Estado da Cultura (1997-2000). Diretora-executiva Fórum Dança (1991-1995). -
Clemente Tsamba
Natural de Maputo, Moçambique, desde cedo se envolveu em projetos artísticos, formando-se como ator de teatro comunitário (PAND). Os contos tradicionais da sua infância durante a guerra civil inspiraram-no a criar peças como Magia Negra (2007), Nos tempos de Gungunhana (2014) e Dizcontos (2020), apresentadas em festivais da lusofonia. Além de ator, é músico e artista plástico. Atualmente, dirige a Chamadarte, associação focada na inclusão através das artes (Beja). Formou-se em Comunicação Multimédia (ESEB), possui pós-graduação em Teatro e Comunidade (ESTC) e frequenta a Pós-Graduação em Práticas Artísticas para a Inclusão (UC).
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Coco Reyes
Coco Reyes é diretora e criadora de “Gitanas a Escena”, a primeira companhia de teatro formada exclusivamente por mulheres ciganas, que foi apoiada pelo programa Art for Change 2022 da Fundação “la Caixa”.
Atriz, artista e escritora cigana nascida en Granada, foi a vencedora do Prémio “8 de abril” do Instituto de Cultura Gitana, na categoria de Novos Criadores, e tem desenvolvido a sua carreira principalmente em televisão, teatro e dança.
Licenciada em Belas Artes pela Universidade de Granada e pós-graduada em Interpretação pelo Laboratório de Teatro William Layton de Madrid. -
Edvânia Moreno
Violinista e compositora, Edvânia é natural de Cabo Verde e cresceu em Portugal, onde iniciou a formação musical no projeto Orquestra Geração. Formada na Escola Profissional metropolitana e com estudos em jazz na Escola Luís Villas-Boas, combina música erudita, jazz e tradições cabo-verdianas. Integra Active Mess, um grupo que reinventa instrumentos eruditos ao explorar repertórios e estilos diversos. Como compositora, teve uma de suas obras estreadas pelo Quarteto de Matosinhos em 2024.
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Gaya de Medeiros
Gaya é bailarina, atriz e encenadora. Já trabalhou com diversas coreógrafas e encenadores em Portugal . No cinema, protagonizou a curta Um Caroço de Abacate, de Ary Zara, que foi shortlisted para os Oscars. Criou os espetáculos Atlas da Boca (2021), BAqUE (2022), Pai para Jantar (2023) e Cafezinho (2024), que já viajaram por mais de 15 países e 26 cidades. Fundou a BRABA.plataforma que visa apoiar, viabilizar e financiar iniciativas protagonizadas/direcionadas para a comunidade trans e não binária.
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Jazmín Beirak
Diretora Geral dos Direitos Cultural do Ministério da Cultura de Espanha. É gestora cultural, investigadora em políticas culturais e especialista em direitos culturais. Foi deputada e porta-voz da cultura na Assembleia de Madrid entre 2015 e 2024 e, em março de 2024, é nomeada Diretora-Geral dos Direitos Culturais, a mais recente secretaria do Ministério da Cultura de Espanha. Com formação em História e Teoria da Arte, Jazmín trabalhou ainda no Museo de la Biblioteca Nacional, como curadora e mediadora, e participou em vários projetos de investigação, como Arte y Transición. Adicionalmente, lecionou em mestrados na área dos direitos culturais e publicou sobre política cultural em vários meios de comunicação social gerais e especializados. Em 2022, editou o seu primeiro livro, Cultura Ingobernable, sobre cultural e políticas culturais.
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Joana Simões Piedade
Joana Simões Piedade dedica-se à educação, mediação cultural, investigação, formação de professores e projetos sociais e artísticos com foco nos direitos humanos. Licenciada em Direito (FDUL), foi jornalista em Portugal e Angola. É Mestre em Migrações (FCSH/NOVA), formada em Participação e Educação em Museus (Universidade das Artes de Londres) e doutoranda em ‘Pós-Colonialismos e Cidadania Global’ no CES/UC. Investiga sobre políticas de memória na educação, relações pedagógicas entre escola e museu, jovens e memória histórica do colonialismo, ditadura e revolução.
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Maria Gil
Nascida no Porto em 1972, Maria Gil é atriz, encenadora e ativista pelos direitos humanos. Foi pelo e no teatro fórum e comunitário que desenvolveu a prática ativista especialmente direcionada para a inclusão das pessoas ciganas. Passou pelo cinema como intérprete e co-guionista no filme Cães que Ladram aos Pássaros, de Leonor Teles, assim como em outras curta-metragens premiadas em vários festivais internacionais de cinema. Na televisão, interpreta Cármen na série Braga, realizada por Joaquim Leitão/ Pedro Ribeiro e dirigida por Tino Navarro. Em 2021, recebeu o prémio no Lefestt _Lisbon & Sintra Film Festival como personalidade portuguesa e cigana que contribui e divulga a cultura ROM. Em 2023, co-dirigiu o espetáculo Homo Sacer, no âmbito do Odisseia do Teatro Nacional D. Maria II.
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Maria João Caetano
Licenciada em Ciências da Comunicação, com uma pós-graduação em Estudos de Teatro, Maria João Caetano tem mais de 25 anos de experiência como jornalista, tendo feito grande parte da sua carreira no Diário de Notícias, sobretudo nas áreas de cultura e sociedade. Neste momento, integra a equipa do site da CNN Portugal.
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Patrícia Carmo
Patrícia Carmo é artista e interprete de Língua Gestual Portuguesa. Foi assistente na Universidade Católica Portuguesa, onde desenvolveu vários projetos de investigação na área da linguística das línguas gestuais. É coralista do Coro Mãos que Cantam, trabalha com crianças e jovens surdos e dá formações a ouvintes desde 2004 até à atualidade. Destaca-se o seu envolvimento no projeto Sem Barreiras, que decorreu em São Tomé e Príncipe, e do qual surgiu o dicionário de Língua Gestual de São Tomé e Príncipe, sendo a sua autora principal. Participou no projeto Alegoria da Caverna, no âmbito do PARTIS & Art for Change, e colaborou com a Terra Amarela enquanto intérprete no monólogo O Tamanho das Coisas.
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Rajendra Shiwakoti
Rajendra Shiwakoti, de nacionalidade nepalesa, é mediador intercultural na TAIPA, Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado em Odemira, desde julho de 2021, apoiando a integração da comunidade migrante. De 2013 a 2019, coordenou projetos para crianças e pessoas carenciadas numa ONG no Nepal. Licenciado em Teologia (2006-2009), tem formação em mediação intercultural e saúde inclusiva. Apaixonado por música, toca flauta de bambu, djembê e madal, acreditando que a música une culturas e supera barreiras. Rajendra integrou o projeto BOWING (PARTIS & Art for Change 2021-2023), desempenhando um papel fundamental enquanto tradutor, mediador e músico.
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Tristany
Tristany Mundu, artista transdisciplinar nascido na Linha de Sintra em 1995, une música, performance, artes visuais e curadoria para explorar a identidade local e a diáspora. Com raízes angolanas e portuguesas, lançou Meia Riba Kalxa em 2020 e produziu mini-séries inspiradas no álbum. Criou exposições e instalações para o MAAT e o Festival Iminente, realizou concertos e performances em Portugal e na Europa, e está, de momento, a desenvolver o seu próximo trabalho visual e sonoro, Cidade à volta da Cidade. É co-fundador da Unidigrazz, associação que promove o acesso e a democratização da arte e da cultura, com foco e sede de intervenção em Algueirão-Mem Martins, na Linha de Sintra.
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Inês Henriques
Gestora de Projetos de Arte Participativa e Acesso à Cultura, na Fundação Calouste Gulbenkian, desde 2024. Inês Henriques é licenciada em Ciências da Comunicação com um mestrado em Musicologia Histórica. Durante 7 anos, trabalhou na CTL – Cultural Trend Lisbon, empresa cultural que gere o Musicbox, Povo, Casa Capitão e MIL, onde desempenhou funções de responsável de comunicação, gestora de projetos e programadora cultural.
Programa
10:00 / Abertura
10:30 / Direção Geral dos Direitos Culturais
11:45 / Direitos culturais: como passamos à prática?
14:45 / Arte, participação e identidade cultural
16:30 / Plataforma Digital “Arte e Comunidade”
16:50 / Comentário Final
Financiado por
Uma iniciativa
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.