À Margem
De Paulo Morais
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Jardim GulbenkianO rolar aéreo de um objeto metálico que faz um percurso entre uma e outra margem do lago cria uma sonoridade hipnótica resultado do atrito feito pelo movimento do mesmo nos cabos que lhe servem de caminho. A sonoridade dessa ação é captada e amplificada no momento da apresentação.
O trabalho de Paulo Morais tem como base uma constante pesquisa sobre a atenção – descobrir, filtrar, e evidenciar – em processos de confrontação ou associação de ideias e objetos. As suas instalações evidenciam a perceção de tempo e movimento, que se prolonga “infindavelmente”, aludindo à experiência: movimento perpétuo. Neste processo criativo, o vento, luz, fogo, água, gravidade e magnetismo são impulsionadores de uma ação que se traduz em peso, resistência, atrito, tensão, queda ou inércia, dando origem a acontecimentos sonoros sobre a reciprocidade “causa-efeito”. O resultado são propostas abertas de paisagens visuais e sonoras que trabalham com a atenção e o detalhe.
Paulo Morais (1977, Paris) Em 1996 conclui o curso de ensino artístico especializado de Comunicação Audiovisual da Escola António Arroio (Lisboa). Terminada esta primeira formação, dedica-se a um estudo musical autodidata que o leva a viajar por diferentes continentes que o levam a conhecer e aprofundar diferentes relações e perceções do Som-Música. Desde 2010, desenvolve instalações na sinergia das artes visuais e sonoras.
JARDIM CONCRETO
O Jardim Gulbenkian através de três instalações – HORTUS (Patrícia Portela e Christoph De Boeck), À Margem (Paulo Morais) e ESTADO EROSÃO (Berru) –, transforma-se num Jardim Concreto, onde se presta homenagem ao som enquanto matéria, à fauna e flora endémicas do Jardim Gulbenkian e até à sua matéria orgânica. Pretende-se realçar a paisagem do Jardim, identificar certos elementos próprios, auscultá-los e devolvê-los amplificados, mas também promover a reflexão sobre questões atuais: a nova época geológica em que vivemos, a crise ambiental provocada pela atividade humana e as repercussões – sociais, ecológicas e económicas – desta atividade.
JARDIM DE VERÃO
Num ano em que o Jardim Gulbenkian é, mais do que nunca, um lugar de liberdade, e num tempo marcado pelos desafios à fruição artística, o Jardim de Verão apresenta-se com uma programação transdisciplinar e verdadeiramente eclética, a cargo da ZDB (Galeria Zé dos Bois).
Pensado para “salvaguardar um espaço inclusivo, mantendo uma atenção particular ao usufruto individual”, o programa parte das qualidades do Jardim para explorar vários caminhos que passam pela instalação, pela performance e pela música.
Conheça a programação