Ana Torfs. Echolalia
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Data
- Encerra à Segunda
Local
Centro de Arte Moderna Rua Dr. Nicolau de Bettencourt, LisboaNa sua primeira exposição individual em Portugal, a artista belga Ana Torfs (1963) reúne quatro instalações sob o dúbio título Echolalia. O termo ‘ecolalia’ refere-se à repetição de palavras (papaguear) das crianças quando aprendem a falar, mas descreve também uma condição médica que faz alguém repetir compulsivamente palavras e frases ditas por terceiros.
Desde o início da década de 1990 que Ana Torfs tem vindo a construir uma obra única e visualmente surpreendente marcada pelos mundos que as palavras desvelam, sejam elas as do diário de viagem de Cristóvão Colombo (em The Parrot & the Nightingale, a Phantasmagoria) os nomes científicos em latim de vinte e cinco famílias de plantas (em Family Plot), uma série de seis estrangeirismos (em TXT, Engine of Wandering Words), ou os nomes comuns de vinte corantes sintéticos (em […] STAIN […]).
O título da exposição, Echolalia, alude às ligações que ressoam entre as obras expostas. Mais a mais, o conjunto de media reprodutíveis utilizados por Ana Torfs, que vão do som, vídeo, fotografia e projeções de diapositivos à serigrafia e tapeçaria, é extraordinariamente alargado. No fim de contas somos confrontados apenas com os ecos da fonte original: transposições e traduções brincalhonas e poéticas de linguagem ou de texto em imagens, ou vice-versa, que causam desvios de sentido e de interpretação.
No seu trabalho, Ana Torfs aborda analítica e metaforicamente questões fundamentais da representação e das suas estruturas narrativas. Nas instalações que constituem Echolalia, uma arqueologia do conhecimento desempenha um papel crucial: a forma como as coisas são nomeadas e descritas para que seja possível compreendê-las e como, durante a sua transmissão, surgem constantemente novas constelações de palavras, imagens e sons.
As matérias e os materiais legados do passado a que Torfs recorre na sua aventura de erudição ganham novos sentidos, uma e outra vez, numa tentativa interminável de compreender a complexidade do mundo – revelando, no processo, que qualquer sistema ou ordem não passam de uma ilusão.
Ficha técnica
Curadoria
Caroline Dumalin
Produção
Ana Gomes da Silva
Projeto museográfico
Cristina Sena da Fonseca
Projeto museográfico e coordenação técnica
Cristina Sena da Fonseca