Cavalariças no Parque José Maria Eugénio de Almeida

No ano de 1868 inicia-se a construção das cocheiras do palácio de S. Sebastião, atual residência da Condessa de Villalva, segundo um projeto de Cinnati. Assim será denominada a Quinta do Provedor a partir de 8 de janeiro de 1870. A alteração do topónimo leva-nos a pensar que nesta data se deu como finda a construção do Parque de Santa Gertrudes. A nova denominação não se limita, contudo, a dar a informação sobre o fim das obras levadas a cabo na Quinta do Provedor. Essa mudança remete-nos para uma transformação mais profunda: o espaço de recreio, o ideário vernáculo da quinta de recreio que a Família Larre havia materializado desde 1766 nos 86.000 m2 da sua quinta, desvanece-se perante os novos ideários que chegam, por via francesa, e neste caso pela tutela de José Maria Eugénio de Almeida e pela mão de Jacob Weiss.

Em 4 anos (1866-1870), sucedeu-se a uma espacialidade de caráter pragmático dominada por uma geometria retilínea que caracterizava a Quinta do Provedor, uma espacialidade cenográfica, predominantemente pictórica. O quadro social e os cânones estéticos do novo proprietário a isso conduziram. Cinatti, arquiteto cenógrafo, autor das cocheiras que se erguem no topo poente da propriedade, e Jacob Weiss, jardineiro suíço, formado na escola francesa do desenho de jardins, materializaram o ideário paisagista de José Maria Eugénio de Almeida.

Paradigmático desta nova forma de olhar o desenho da paisagem que Weiss inicia ao nível do desenho do jardim particular é a existência de um desenho de 1864, assinado pelo arquiteto António Correia, onde se propõe uma ideia para a Quinta do Provedor ainda muito vinculada a um ideário classicista. Aliás, é quase um compromisso entre o desenho de uma Quinta de Recreio com o seu jardim de recreio de linguagem classicista (na legenda que acompanha o desenho lê-se jardim à francesa) situado na entrada sul,  ladeado por um conjunto de construções que denunciam ainda a permanência de práticas agrícolas (cavalariças, cocheira, abegoaria e cómodos para os criados), e as novas formas do desenho de jardim propostas pela escola inglesa do desenho da paisagem.

  • Data de produção: 1910
  • Fase do projeto: Do caráter do lugar
  • Identificador: Arquivos da Fundação Calouste Gulbenkian
  • Cobertura temporal: 1910
  • Tipo de dados: Imagem
  • Formatos de extensão: 1 fotografia
  • Formato de media: jpg
  • Palavras-chave: muro

Para consultar a versão original deste documento deverá contactar os Arquivos Gulbenkian através do endereço eletrónico [email protected] e referenciar o identificador

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